sábado, 13 de setembro de 2008

Mensuração de Ativos

DEFINIÇÃO DE ATIVOS: São recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata ou imediatamente, fluxos de caixa.

O teste de um ativo é que, ao trazer benefícios imediatos ou futuros, transformará esses benefícios em entradas líquidas de caixa ou em economia de saídas líquidas de caixa.

Capacidade de geração de caixa.


MENSURAÇÃO:

Atribuir uma quantidade numérica a uma característica ou a um atributo de algum objeto, como um ativo, ou de uma atividade, como a de produção.

A medida de valor de um ativo é a soma dos preços futuros de mercado dos fluxos de serviços a serem obtidos, descontados pela probabilidade de ocorrência e pelo fator juro, a seus valores atuais.

MEDIDAS DE ENTRADA:

Representam os custos de aquisição de ativos em mercados organizados. Podem ser extraídas de mercados passados, correntes e futuros.

MEDIDAS DE SAÍDA:

Representam os valores de venda de ativos em mercados organizados. Podem ser extraídos de mercados passados, correntes e futuros.

MEDIDAS DE CUSTO OU MERCADO, O QUE FOR MENOR.

A regra de mensuração não cria medidas de entrada ou saída.

OBJETIVOS DE MENSURAÇÃO

A escolha de medidas de ativo deve ser orientada pelos objetivos de divulgação financeira decorrentes da estrutura da contabilidade, do desejo de ser capaz de interpretar demonstrações financeiras em termos econômicos ou de seu valor para os usuários.

A quantidade de medidas diferentes reflete a variedade de aplicações da contabilidade, pois cada aplicação sugere uma medida distinta. O conceito apropriado, em cada caso, exige que se conheça quem usará a informação e para que fim.

PROCESSO DE MENSURAÇÃO

Processo de atribuição de valores monetários significativos a objetos ou eventos associados a uma empresa, e obtidos de modo a permitir agregação ou desagregação, quando exigida em condições específicas.

Exemplo de objetos incluem contas a receber, instalações e equipamentos e dívidas a longo prazo; exemplos de atividades incluem vendas de produtos e serviços e pagamento de dividendos. Primeiro precisa ser definido um atributo específico a ser medido. No caso de contas a receber: o valor de reais a serem recebidos e a data esperada de recebimento.

No caso de instalações e equipamentos: a capacidade física de produção, o dispêndio de recursos no ato da aquisição, ou os recursos necessários para repor os ativos no presente momento.

Geralmente a mensuração é imaginada em termos monetários. Não deve ser esquecido que dados não monetários, como capacidade de produção em toneladas ou número de operários podem muitas vezes ser relevantes para certas predições e para tomada de decisões.

Por exemplo, um objetivo na descrição da mensuração de instalações e equipamentos é fornecer uma indicação das quantidades físicas ou capacidades de produção possuídas pela empresa, bem como alguma indicação de suas idades relativas e durações futuras esperadas. Os contadores têm reconhecido a necessidade de apresentação de informações como essas, e tem colocado nas notas explicativas.

Bases de Mensuração


Valores de Entrada

Valores de Saída

Passados

Custos históricos

Preços de venda passados

Correntes

Custos de reposição

Preço corrente de venda

Futuros

Custos esperados

Valor realizável esperado

Preços de Troca

Como os bens e serviços são geralmente trocados por dinheiro, segue-se logicamente que os preços de troca (preços de mercado) devem ser relevantes para divulgação externa. Além disso, como as decisões econômicas somente podem afetar resultados correntes e futuros, os preços correntes e futuros de troca são potencialmente tão relevantes quanto os preços passados de troca.

Os preços de troca são extraídos de mercados. Mas há dois mercados nos quais uma empresa opera e, portanto, dois tipos de preços ou valores de troca – os valores de saída e os valores de entrada.

Os valores de saída refletem os fundos recebidos por uma empresa, baseados particularmente no preço de troca do que é produzido pela empresa.

Os valores de entrada refletem alguma medida do sacrifício feito para obter os ativos usados por uma empresa em suas operações – os fatores de produção.

Reavaliação de ativos

Entre o custo de entrada do ativo quando é adquirido e custo de saída quando o processo de obtenção de receita é concluído, entre esses dois pontos vários, caminhos são possíveis.

- Um deles pressupõe que o ativo é reavaliado no momento da entrega;

- Outro no momento final de recebimento do dinheiro;

- Um terceiro pressupõe avaliação continuamente durante o período;

- Um quarto pressupõe reavaliação no momento da assinatura do contrato como o comprador, sem a entrega da mercadoria ainda.

A questão não é se um ativo deve ser reavaliado em termos de preços de saída, é quando fazê-lo.

MEDIDAS DE ENTRADA

Representam o volume de dinheiro, ou o valor de alguma outra forma de compensação, pago quando um ativo ou seus serviços integram na empresa por meio de uma troca ou conversão. Podem basear-se em trocas passadas, correntes ou futuras esperadas.

Custos Históricos de Entrada

Preço agregado pago pela empresa para adquirir a propriedade e o uso de um ativo, incluindo todos os pagamentos necessários para colocar o ativo no local e nas condições que permitam prestar serviços na produção ou em outras atividades da empresa.

Como conceito de avaliação de ativos não monetários, a principal vantagem do custo reside no fato de ser verificável: é o preço de uma transação realizada.

Uma das principais desvantagens da avaliação baseada no custo histórico é a de que o valor do ativo para a empresa pode variar com o passar do tempo; ao fim de longos períodos, pode não ter significado algum como medida de quantidade de recursos disponíveis à empresa, do valor de seus serviços futuros ou de seu preço corrente de mercado. As variações de preços afetam mais a relevância e a comparabilidade dos custos históricos aplicados a ativos não circulantes do que a circulantes, em função do período mais longo entre a data de aquisição e data média de utilização, quanto maior for esse período, maior será o efeito cumulativo de variações de preços a contar da data de aquisição.

Ativos Circulantes não monetários: são direitos que não podem ser convertidos em uma quantidade atualmente conhecida de dólares numa data futura específica. Exemplos: são investimentos em ações ordinárias de outras empresas, estoques de produtos e despesas pagas antecipadamente. Esses itens possuem uma característica comum que se distingue de ativos monetários, pois seu valor corrente não pode ser estimado descontando-se um valor de vencimento futuro e fazendo um ajuste pela incerteza quanto ao recebimento.

Ativos Monetários: disponibilidades e ativos assemelhados, que deveriam ser expressos em termos de entrada esperadas de caixa, ajustadas pelo prazo de espera de recebimento, sempre que relevante.

Custos Correntes de Entrada

Os custos correntes representam o preço de troca que seria exigido hoje para obter o mesmo ativo ou um ativo equivalente. Deve ser observado, porém, que esse preço corrente de troca é um preço de custo somente quando é obtido a partir de cotações em mercado no qual a empresa adquire seus ativos ou os serviços por eles proporcionados; não pode ser obtido a partir de cotações no mercado em que a empresa usualmente vende seus ativos ou seus serviços no curso normal de suas operações, a menos que os dois mercados coincidam.

O custo corrente tem-se transformado em uma base mais importante de avaliação na contabilidade, particularmente para apresentação de informações a respeito do efeito da inflação sobre a empresa. É uma medida apropriada de valor justo, seja no estabelecimento de um preço inicial de aquisição, seja no estabelecimento de um valor máximo.

Desvantagens:

-custos e cotações correntes não estão disponíveis para itens sazonais e de moda e para bens produzidos por métodos obsoletos. As estimativas de valores correntes de entrada desses itens podem assim, se de natureza subjetiva.

-as variações de custos correntes nem sempre refletem variações de preços correntes de venda. Os valores não variam necessariamente quando há alterações de custos.

Custos Futuros de Entrada Descontados

Se o preço, de acordo com os termos do contrato, deve ser pago mais tarde, o custo do ativo deve ser o valor presente da obrigação contratual. Prazos curtos para pagamento podem ser ignorados, porque o desconto é geralmente insignificante.

Os conceitos de custo futuro descontado também tem sido recomendado em casos nos quais a empresa conta com a alternativa de adquirir serviços ao ritmo de suas necessidades e não de uma vez só.

Custo Histórico corrigido pelas variações do poder aquisitivo médio geral da moeda

Restauração dos próprios custos históricos.

Restabelecer os custos incorridos em transações passadas em termos de poder aquisitivo da moeda de uma data base.

Custo corrente corrigido pelas variações do poder aquisitivo da moeda

Os ativos são avaliados pelos preços correntes de compra e corrigidos pela variação de um índice oficial que representa a flutuação de preços, podendo inclusive utilizar o valor presente. Desta forma procura-se resolver a questão da variação do poder aquisitivo da moeda – inflação ou deflação – quando se compara o valor de ativos em datas diferentes.

Para Iudícibus o custo corrente corrigido é talvez o mais completo conceito de avaliação de ativos a valores de entrada, pois combina as vantagens do custo corrente com as do custo histórico corrigido.

MEDIDAS DE SAÍDA

Os preços de saída representam o volume de caixa, ou o valor de algum outro instrumento, recebido quando um ativo ou seu serviço deixa a empresa por meio de troca ou conversão.

As contas a receber são exemplo de um ativo medido a valor corrente de troca de saída. Títulos de renda fixa a receber constituem exemplo de ativo medido a seu valor futuro descontado.

O emprego de preços de saída tem sido aprovado quando o ativo é facilmente realizável no mercado. Exemplos incluem títulos negociáveis, metais preciosos e certos produtos agrícolas. Tais ativos possuem preços cotados disponíveis em um mercado ativo, capaz de absorver rapidamente a quantidade possuída pela entidade sem que o preço seja significativamente afetado.

Valores Realizáveis líquidos

Tem sido sugerido que sempre que os valores de saída estejam sendo usados na mensuração de estoques e haja previsão de custos de produção ou despesas de vendas adicionais estejam previstos, esses custos devem ser subtraídos do preço correntes de venda para que se obtenha uma aproximação da avaliação corrente. Essa avaliação corrente é conhecida como valor realizável líquido. O valor realizável líquido, portanto, é definido como sendo o preço corrente de saída menos o valor corrente de todos os custos e despesas incrementais esperados (excluindo efeitos fiscais), relacionados à conclusão, à venda e à entrega da mercadoria.

Uma das principais dificuldades com o conceito de valor realizável líquido é a de que geralmente é bastante complicado estimar os desembolsos adicionais necessários para completar, vender e entregar o produto. Alternativa, uma margem normal de lucro é frequentemente deduzida do preço de venda para garantir que todos os custos adicionais possíveis sejam levados em conta.

Outra dificuldade, divulgação do lucro líquido com a transação antes de terem sido concluídas todas as atividades associadas à venda.

Equivalentes Correntes a Caixa

Comumente, os preços de saída correspondem a preços normais de mercado. Tem sido sugerido, porém, que os preços devem ser extraídos de outros mercados.

O termo equivalente corrente de caixa é o conceito único de mensuração para todos os ativos, representando seus preços realizáveis presentes. Exprime o montante de caixa ou o poder geral de compra que poderia ser obtido com a venda de cada ativo em condições organizadas de liquidação, podendo ser medidos pelos preços cotados de mercado de bens de natureza semelhante em condições parecidas. O equivalente corrente de caixa representa, portanto, a posição da empresa em termos de adaptação ao ambiente.

Valores de Liquidação

O conceito de valor de liquidação subentende uma venda forçada, seja a clientes regulares a preços substancialmente reduzidos ou a outras empresas ou revendedoras, geralmente a preços consideravelmente abaixo do custo. A aplicação de valores de liquidação geralmente resulta na reavaliação, para menos, dos ativos, e no reconhecimento de perdas.

Somente devem ser utilizados em duas condições principais:

- quando mercadorias ou outros ativos tenham perdido sua utilidade normal, tenham se tornado obsoletos, ou de algum modo tenham perdido seu mercado normal.

- quando a empresa espera suspender suas operações no futuro próximo, tornando-se incapaz de vender em seu mercado normal.

Valores descontados de Fluxos de Caixa ou Capacidade de Geração de Serviços Futuros

Quando há um período de espera até que ocorram os recebimentos esperados, o valor presente desses recebimentos é inferior ao montante efetivo que se espera receber. Quanto mais longo o período, menor o valor presente.

Mas descontar não envolve apenas uma estimativa de custo de oportunidade do dinheiro, como também probabilidade de recebimento da quantia futura. Quanto mais longo o prazo de espera, maior a incerteza de que essa quantia venha a ser recebida.

MEDIDAS DE CUSTO OU MERCADO, O QUE FOR MENOR.

Não é um conceito de avaliação de saída ou de entrada, mas uma mistura dos dois conceitos. O termo mercado pode referir-se a um preço de saída ou um preço de entrada. Ao ser aplicado a estoques, o termo mercado geralmente refere-se ao custo de reposição (um conceito de entrada), mas pode dizer respeito a preço de venda ou valor realizável líquido (conceitos de saída) sob certas condições. Quando é aplicado à avaliação de investimentos em títulos, o termo mercado geralmente significa preço de venda, embora neste caso os custos e preços de venda sejam obtidos no mesmo mercado; a diferença entre os dois é representada principalmente pelos custos de compra e venda.

Entretanto, como os títulos não são comovente comprados com a finalidade de venda em um mercado diferente a um preço mais elevado, tanto o custo quanto o preço de venda dos títulos podem ser considerados preços de saída.

O reconhecimento de ganhos apóia-se em critérios distintos dos de reconhecimento de perdas. Os ganhos não são reconhecidos até que não haja qualquer possibilidade significante de serem revertidos, mas as perdas são reconhecidas assim que haja evidência disponível de que possam ocorrer.

Muitos crêem que o conceito é inaceitável na teoria da contabilidade um dos motivos é:

Como um método conservador, tende a subavaliar os ativos totais. Pode não prejudicar os credores, mas é enganadora para os acionistas e investidores, e a alta administração estaria iludindo a si mesma.

Conclusão

Não há avaliação de Ativos ideal ou mais completa. O melhor é atender as necessidades dos usuários de acordo com sua necessidade e a avaliação mais apropriada.


Willian Ferreira dos Santos
willian_limeira@vivax.com.br







Vídeo: http://youtube.com/

Nenhum comentário: