segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Controladoria e Gestão - Ebitda - O que é isso?



Vem ocorrendo, nos últimos tempos, uma enorme quantidade de negociações com e entre empresas: fusões, cisões, parcerias etc. em todos os níveis e segmentos de negócios. Empresas estatais que se privatizam, empresas privadas que trocam de mãos, empresas nacionais que são vendidas a estrangeiros etc. Negociam-se bancos, indústrias, empresas comerciais, de serviços.

Em todos esses casos está presente um problema complexo e interessante: o da avaliação da empresa, do negócio, da divisão ou parte deles sendo negociada. Além disso, cada vez mais o empresário quer saber o valor de seu negócio, mesmo que não esteja com intenção de desfazer-se dele.

Tendo em vista esse cenário, o critério de avaliação de empresas ligado à sigla Ebitda tem provocado olhares interro gativos; pois trata-se de técnica pouco discutida ainda na literatura brasileira, e não porque seja necessariamente melhor do que outras.

Na verdade, essa técnica é uma forma de medir o desempenho da empresa em termos de fluxo de caixa e de auxiliar, de forma prática, no processo de avaliar a empresa como um todo.

Assim, Ebitda corresponde, em inglês, a Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, significa lucro antes dos juros, impostos (sobre o lucro), depreciações e amortizações. Na nossa língua ficaria, então, Lajida.

Na verdade, as exaustões têm a mesmíssima característica que a depreciação e a amortização, em termos de representarem alocação, ao resultado, de pedaços de valores normalmente desembolsados no passado; mas na sigla em inglês ocorre que exaustão é chamada de depl etion e já existe o "d" de depreciation; além do mais, essa figura da exaustão é muito rara na contabilidade em geral, só ocorrendo em alguns tipos muito especiais de empresas. Por isso não colocam o "d" de depletion. Na maioria das empresas existe sempre a depreciação e, muito comumente, a amortização - como a de ágio, por exemplo.

Este conceito de Ebitda corresponde, simplesmente, ao caixa gerado pelos ativos genuinamente operacionais.

Afinal, o lucro, antes dos juros (tanto receitas como despesas financeiras), do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro e antes das depreciações e amortizações, corresponde ao potencial de caixa que o Ativo Operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes inclusive de considerar o custo de qualquer capital tomado emprestado.

Não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga.

Mas representa o potencial de geração genuinamente operacional de caixa; assim que recebidas todas as receitas e pagas todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos ativos, antes de computadas as receitas e as despesas financeiras e os itens não operacionais e extraordinários.

Na legislação brasileira, chamamos de lucro operacional o exato valor do "Lucro Antes dos Tributos".

Tecnicamente, todavia, deveríamos excluir, no cálculo do genuíno lucro das operações, as despesas e as receitas financeiras. Assim, o verdadeiro lucro operacional corresponde ao resultado após o cômputo da depreciação.

Como o Ebitda está atrás do efeito caixa, ele despreza o valor das depreciações, amortizações e exaustões; só que estas compõem o valor do resultado operacional.

Dessa forma, pode-se dizer que, em geral, a diferença entr e o lucro operacional (genuíno, tecnicamente falando, não o legalmente utilizado no Brasil) e o Ebitda é exatamente o valor das depreciações e amortizações. Ou seja, o Ebitda é o lucro genuinamente derivado dos ativos operacionais antes de computadas as depreciações e as amortizações.



Fonte: Newsletter Boletim IOB - Edição nº. 364 - 07-novembro-2008
http://www.iob.com.br/newsletters/cadastro.asp

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