segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Eficiência logística e seus impactos financeiros


"Em um mercado globalizado e altamente competitivo as empresas são desafiadas a operar com baixos preços e a atender aos níveis de serviço e qualidade, exigidos pelos clientes, a fim de garantir a sua sobrevivência.A logística integrada apresenta as maiores oportunidades de lucratividade empresarial."


1. INTRODUÇÃO

Segundo Christopher (1997, p.2), a logística é o processo de gerenciar estrategicamente aquisição, movimentação e armazenagem de materiais e produtos acabados bem como os relativos fluxos de modo a maximizar as lucratividades presente e futura através da redução dos custos.

Portanto, a logística propicia a redução de custos, agrega valor, melhora os níveis de serviço e consequentemente maximiza a lucratividade. Não restam dúvidas de que o gerenciamento logístico de forma eficiente proporciona impactos financeiros positivos.

O tema deste estudo trata da estreita relação existente entre a logística e a administração financeira, bem como dos efeitos positivos que uma logística eficiente pode ter sobre os resultados financeiros de uma organização. Em contrapartida uma logística ineficiente gera prejuízos financeiros expressivos, comprometendo a própria sobrevivência da empresa.

Mesmo a logística tendo um papel tão importante no sucesso das organizações, continua sendo deixada em segundo plano; os processos logísticos não são tratados pelos administradores com o devido enfoque estratégico.

A partir deste enfoque os objetivos gerais deste estudo são: descrever a estreita relação entre a logística e a administração financeira, analisando como uma logística eficiente pode impactar positivamente sobre as finanças de uma organização, gerando valor ao cliente e conseqüentemente maximizando lucros e reduzindo custos.

Os objetivos específicos deste estudo são elencados como:

Abordar como o gerenciamento logístico é colocado em segundo plano pelas empresas que por sua vez apresentam um elevado grau de ineficiência logística com graves impactos negativos sobre as finanças;Descrever a importância estratégica da logística para o ganho de vantagem competitiva e o conseqüente aumento da lucratividade;Abordar a necessidade da mensuração dos resultados obtidos e o papel da contabilidade gerencial como ferramenta gerencial no âmbito logístico.

A metodologia empregada neste estudo foi a pesquisa qualitativa e quantitativa a partir do levantamento de dados e conceitos disponíveis em literatura voltada para a área de logística e administração financeira, bem como artigos, periódicos, revistas e análise de dados estatísticos disponíveis.

A relevância deste estudo deve-se ao fato de que é indubitável que investimentos na infraestrutura logística criam um diferencial competitivo para as empresas, isto fica claro quando comparamos as economias desenvolvidas com as economias em desenvolvimento nas quais os custos logísticos chegam a 10% do PIB enquanto no Brasil tais custos podem chegar ao dobro deste montante. Um sistema de transportes mais eficientes resulta em maior competitividade, economia de escala e redução de custos.

Este artigo foi dividido em quatro tópicos sendo o primeiro a introdução, o segundo a revisão da literatura, terceiro a conclusão e por fim, a referência bibliográfica como quarto tópico.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Visando diferenciar suas ofertas de produtos e serviços em relação à concorrência as empresas investem mais e mais tempo e dinheiro em ações estratégicas.

A partir do momento que os gestores atentam para o fato de que a logística afeta significativamente os custos totais, conscientizam-se de que as decisões com relação a cadeia de suprimentos geram resultados que permitem níveis de serviços ao cliente diferenciados e por fim uma condição de maior vantagem competitiva, participação de mercado e aumento dos lucros.

A gestão logística eficiente gera não apenas reduções de custos, mas aumento das vendas.

A partir do aumento da eficiência operacional, a logística colabora para maximizar a lucratividade presente e futura da empresa, por isto o interesse pela logística vem crescendo cada vez mais.

A capacidade logística de contribuir para melhorar os resultados financeiros da empresa deve pesar na adoção de estratégias.

2.1. Logística como Maximizador do Lucro

Mais do que apenas reduzir custos, é necessário construir vantagens competitivas que proporcionem crescimento, vendas, a conquista de novos clientes e mercados através da agregação de valor ao cliente.

Os resultados futuros serão positivos se as empresas gerarem hoje satisfação para seus clientes, por isto um dos objetivos principais da logística é satisfazer aos clientes.

A empresa consegue assegurar sua vantagem competitiva a partir do momento em que ocorre a criação de valor nas atividades logísticas. O resultado econômico não corresponde apenas à criação de valor em si, mas também pelo aumento na capacidade da empresa produzir riquezas ou benefícios no longo prazo (futuro) estando diretamente relacionado à capacidade da empresa gerar valor.

2.2. A Importância dos Custos

Martel (2010) salienta que os custos logísticos no Brasil chegam a 12% do PIB, enquanto nos EUA correspondem a 9% do PIB, sendo a média mundial de 11% do PIB. Para as empresas brasileiras os custos logísticos variam de 4 a 30% das vendas variando em função do tipo de segmento de mercado.

Somente os custos do produto são maiores do que os custos logísticos. Desta forma os custos logísticos envolvem grandes dispêndios financeiros, muitas vezes são maiores até do que a própria margem de lucro do produto, consequentemente qualquer redução nestes custos representaria aumento nas margens de lucro.

Para um país com dimensões continentais e infraestrutura logística deficiente como o Brasil, o enfoque em custos logísticos é um ponto crítico. De forma que os administradores brasileiros precisam ter uma visibilidade mais apurada dos custos e realizar uma análise dos custos logísticos totais.

Apesar de os custos com frete corresponderem a 60% dos custos logísticos ou até 10% do PIB de uma nação relativamente desenvolvida, o gerenciamento das atividades de transporte ainda são colocados em segundo plano pelas empresas brasileiras. Estas apresentam um elevado grau de ineficiência no transporte, destacando-se as atividades de carregamento e descarregamento cujo tempo médio de espera ultrapassam seis horas e acabam por incrementar estes custos em até 64%.

O compartilhamento de informações e o planejamento das atividades logísticas são quase inexistentes. Enquanto nos EUA, por exemplo, a perspectiva em transportes é a busca pela eficiência e a qualidade através de uma parceria (comprometimento e interdependência), superando a lógica baseada em custos.

Para que haja uma maior eficiência logística é necessário que toda a cadeia de suprimentos e distribuição haja com integração, consolidando parcerias, otimizando e racionalizando processos internos que facilitem os fluxos de materiais e informações.

No contexto em que as relações comerciais foram drasticamente modificadas a partir da globalização é primordial o estabelecimento de parcerias ou alianças logísticas entre empresas e distribuidores, além das estratégias de gestão da cadeia de suprimentos existentes. Tal parceria é facilitada após limitar-se o número de parceiros transportadores, garantindo maior controle do serviço prestado, estabelecimento de margens mais baixas e um consequente volume maior de frete no longo prazo.

Para que o estabelecimento de uma parceria a confiança mútua é fundamental. Através desta parceria que caracteriza uma nova relação empresa-transportadoras é possível enxergar ganhos como: interface coordenada, eficiente e previsível aos clientes. Na perspectiva das transportadoras os ganhos seriam maior previsibilidade em relação à capacidade demandada (frota), horizonte de investimento e aprimoramento das suas práticas operacionais (diferenciação).

A definição dos custos logísticos de uma empresa é uma tarefa desafiadora, pois os sistemas de contabilidade financeira e os métodos usuais de cálculo dos custos não permitem identificá-los facilmente.

A contabilidade tradicional associa grupos de recursos (caixa, contas a receber, salários, aluguel e etc.). As alocações de custos são feitas proporcionalmente ao fator de distribuição como, por exemplo, mão de obra direta, sem que haja relação com os custos reais.

Desta forma os custos logísticos exigem um enfoque que inclui os custos que não constam precisamente no balanço contábil. É necessária uma análise com relação aos diferentes itens contábeis que podem ser obtidos por meio da informação contábil da empresa. Para isto os dados contábeis devem ser reorganizados para que se possa ter uma estimativa adequada desses custos.

2.3. Monitoramento e Mensuração do Desempenho

Além da determinação dos custos logísticos as empresas precisam atentar para o monitoramento de seus desempenhos, através de um sistema de mensuração que considere responsabilidade e competência em todos os níveis hierárquicos.

Devem ser incorporados a este sistema de mensuração os custos totais da empresa, os custos por atividade, fatores críticos do sucesso como (caixa, custos, lucros, tempo de ciclo, inovação, qualidade, satisfação dos clientes, participação no mercado, nível de investimento e lucro operacional sobre o ativo total).

Por fim devem ser considerados indicadores financeiros e não financeiros de desempenho como custos de atividade, dias de estoques, entregas pontuais, taxas de preenchimento de pedido, etc. Indicadores ligados ao planejamento estratégico da organização devem ser analisados sistematicamente.

2.4. Logística e Estratégia

O desempenho está vinculado à estratégia e a logística passa a ser vista como uma contribuição para o resultado e não apenas um centro de custos; cumprindo seu papel estratégico de propiciar ganhos de competitividade e resultado econômico.

A adoção de indicadores econômico-financeiros mais abrangentes (custos, serviços a clientes e qualidade do produto, etc.) obriga a administração a melhorar suas estratégias, trabalhando em conjunto com a logística de forma voltada para o cliente.

Acima de tudo a empresa deve ter uma visão holística sendo capaz de avaliar o desempenho da cadeia de suprimentos como um todo e os aspectos inerentes à necessidade de gerar vantagem competitiva através da diferenciação. Consequentemente, são necessárias medidas de caráter holístico também na integração do desempenho financeiro e não financeiro da organização.

Os custos logísticos totais devem ser o balizador na tomada de decisões e não apenas os custos das atividades logísticas individualmente (transporte, armazenagem, produção, serviços ao cliente, processamento de pedidos, etc). Um enfoque sistêmico ajuda na mensuração dos custos da cadeia de suprimentos e a escolha do melhor nível de despesas ou investimentos maximiza a lucratividade.

A logística é responsável pelos fluxos de materiais, de informações e financeiro. Em cada um destes fluxos deve ser capaz de identificar os custos logísticos totais resultantes de atender ao nível de serviço ao cliente.

2.5. Eficiência Logística

Para que o sistema logístico de uma empresa seja classificado como eficiente, as atividades logísticas devem criar valor e melhorar seu desempenho minimizando o uso dos recursos (custos).

Além disto, os administradores precisam basear-se nos pressupostos de que a logística impacta nos resultados financeiros, pois, o resultado financeiro é fruto de ações tomadas nos processos empresariais.

Martel (2010) lista três variáveis como fundamentais para a definição de eficiência logística: a natureza dos produtos vendidos, a amplitude dos custos e tempos de resposta associados às atividades primárias e a economia obtida com o transporte considerando-se a extensão do território a ser coberto.

A natureza dos produtos vendidos (valor/peso) influencia diretamente sobre os custos de transporte e armazenagem, por exemplo. Da mesma forma que a variabilidade da demanda destes produtos influencia no nível de serviço prestado e nos níveis de estoque requeridos. A amplitude da variedade de produtos oferecidos bem como a inter-relação entre os componentes destes produtos são fatores importantes, pois, resultam em um tempo de resposta maior além da necessidade de implantar processos de fabricação, montagem e suprimento diversificados. A diminuição na variedade dos componentes reduz significativamente os impactos negativos da demanda incerta para os produtos.

A amplitude dos custos e dos tempos de resposta associados às atividades primárias: o custo unitário imobilizado em estoques aumenta em cada etapa do processo logístico em virtude de ser proporcional ao valor dos itens estocados.

A economia obtida com o transporte considerando-se extensão do território a ser coberto implica no tipo de modal de transporte, tendo em vista que cada tipo de transporte tem suas características de custos, tempo de resposta e confiabilidade.

Novaes (2007) ressalta que a eficiência é medida comparando-se as produtividades da empresa individualmente com a máxima produtividade observada.

2.6. Logística como Agregador de Valor

Gerar valor para o cliente tornou-se uma poderosa forma de garantir vantagem competitiva. Uma forma de fidelizar ou manter o cliente, algo fundamental para a rentabilidade da empresa em longo prazo.

Para criar valor ao cliente é fundamental: conhecer a percepção do cliente quanto ao que é valor e como proporcioná-lo e satisfazer a necessidade do cliente no momento em que este precisa.

Segundo Christopher (1997) o valor é gerado quando "as percepções dos benefícios em uma transação superam os custos totais de propriedade", ou seja, as percepções dos benefícios que são intangíveis estão relacionadas a um valor tangível que é o monetário. O custo total de propriedade está relacionado ao custo físico (tempo e energia dispendidos) e monetário.

Padoveze (1999) conceitua a criação de valor como a geração ou aumento do valor econômico de um recurso ou ativo.

Em termos logísticos, gerar valor envolve conhecer de forma detalhada as atividades do cliente, sua estrutura de custos, necessidades e dinâmica de mercado. "Desta forma, à medida que o benefício começa a revelar-se para o cliente, aparece, também o retorno para o fornecedor." (Faria, 2007) (grifo nosso).

A atividade empresarial agrega aos produtos e serviços valores como forma, tempo, lugar e posse. Destes quatro valores, dois são criados pela logística, são estes os valores de tempo e lugar. A logística faz isto principalmente através do transporte, do fluxo de informações e do estoque.

A produção cria os valores de forma através da transformação das matérias-primas em produto acabado. O marketing cria os valores de posse ao induzir a aquisição dos produtos. Considerando-se que o gerenciamento da cadeia de suprimentos implica em produção, a logística consequentemente é responsável por mais um valor que é o de forma.

Segundo Ballou (2006) um produto perde seu valor quando não está ao alcance do cliente no momento e lugar por este requerido. Por conseguinte, ao disponibilizar um produto no tempo certo, cria-se ao cliente um valor único. Este valor é similar ao gerado pela produção de produtos ou serviços de qualidade ou baixo preço.

Considerando-se que os clientes querem respostas cada vez mais rápidas e padronizadas, os valores gerados pela logística devem ser tratados com o necessário enfoque pelas empresas em busca de vantagens competitivas que tornem duradouras suas relações comerciais.

As empresas tem aplicado o conceito de respostas rápidas às suas operações a fim de atenderem os níveis de serviço requeridos pelos clientes e os seus próprios planos de marketing. Por consequência criam vantagens de comercialização que trazem importantes incrementos aos lucros. Incrementos estes suficientes para cobrir até mesmo os custos adicionais em função desta maior responsividade.

Ressaltando-se que a criação de valor nas atividades logísticas somente ocorre quando cria valor em longo prazo assegurando sua continuidade.

Resultado econômico caracteriza-se também pelo acréscimo na capacidade em gerar valor partindo do princípio que o verdadeiro conceito de riqueza relaciona-se com a capacidade de produzir riqueza, ou seja, benefícios futuros.

Na contabilidade gerencial bem como na administração financeira é muito claro o conceito de que o objetivo de uma organização é criar valor para seus acionistas, o que está ligado ao processo de gerar ou maximizar o lucro.

Agregar valor ao acionista é uma consequência da criação de valor para o cliente e significa obter retorno sobre os investimentos e sobre o Patrimônio Líquido ou incremento no EVA (Valor Econômico Agregado) da empresa.

Segundo Faria (2007) a logística melhora o retorno sobre os investimentos realizados ou o retorno sobre o Patrimônio Líquido através:

Do aumento das vendas devido ao melhor nível de serviço; Redução dos ativos logísticos como inventários ou imobilizados através de terceirização/ alianças de operações logísticas;Redução dos custos operacionais logísticos como transporte, armazenagem, embalagem, etc. por replanejamento dos processos logísticos; Melhoria nas margens de lucro devido ao aumento do preço de venda em contrapartida a um melhor nível de serviço, ou por melhorar o mix de produtos.

Portanto, a logística tem um impacto direto sobre o EVA que é um indicador financeiro do resultado da gestão em curto prazo e também mensura desempenho, pois este aumenta à medida que os resultados operacionais aumentam.

2.7. Contabilidade Gerencial e a Agregação de Valor

As organizações atualmente focam sua missão no conceito de criação de valor, para cumpri-la apoiam-se no sistema de informações gerenciais criado pela contabilidade.

Segundo Padoveze (1999) a atual contabilidade gerencial tem suas atividades focadas na criação de valor através do uso efetivo dos recursos (redução de perdas e desperdícios) e adoção de tecnologias como o exame de direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista e inovação organizacional.

O papel da contabilidade na criação de valor tem como pontos referenciais o valor agregado aos produtos no processo produtivo e o custo de oportunidade de capital, que possibilita a mensuração do valor econômico adicionado.

Segundo Atkinson (2008) "sistemas contábeis gerenciais efetivos podem criar valor consideravelmente pelo fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de hoje".

A informação por si só tem o papel fundamental de diminuir o grau de incerteza na tomada de decisão, o que a torna cada vez mais valiosa para o administrador.

A contabilidade gerencial auxilia à gestão a partir dos subsídios que fornece para a tomada de decisão. Decisões são tomadas em um contexto onde os dados deverão ser muito bem apurados de forma a não gerar ambiguidade ou dar margem à subjetividade do decisor, afinal o objetivo é reduzir a incerteza.

Em meio à alta competitividade as informações gerenciais são fundamentais para o desempenho eficiente das organizações tendo em vista que se originam de dados contábeis baseados em registros fiscais reais.

Se utilizada corretamente a informação contábil incrementará a competitividade da organização à medida que facilita o planejamento e controle das ações internas, principalmente as atividades logísticas.

O planejamento é a atividade que mais despende informação contábil, pois cria perspectivas futuras baseando-se no histórico de informações relativas ao processo produtivo e seus resultados. Avalia alternativas e provê expectativas condizentes com os objetivos primários da empresa.

O sistema de informações gerenciais deve ser eficaz e destacar informações úteis e oportunas, dando condições de gestão dos recursos com adição de valor.

Basear-se em informações contábeis, qualitativas, facilita a formação de uma perspectiva quanto aos efeitos das decisões tomadas em médio e longo prazo, além de auxiliar o aperfeiçoamento de processos e desempenho da organização.

Este é o papel da informação contábil gerencial: ser uma ferramenta importante para os gestores logísticos.

2.8. Logística como Vantagem Competitiva

Segundo Ballou (2006) "a fonte de vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a empresa diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente, e em segundo lugar, pela capacidade de operar em baixo custo e, portanto, com lucro maior.".

A vantagem competitiva provém da capacidade da organização de destacar-se no ponto de vista do cliente, por oferecer produtos e serviços diferenciados seja pelo fator preço, qualidade ou atendimento. Alcançar vantagens competitivas implica em conhecimento detalhado acerca das atividades da empesa, considerando individualmente as variáveis envolvidas a fim de atingir os objetivos.

Após uma avaliação do ambiente interno e externo, deve ser feita uma sistemática análise com o intuito de optar por uma estratégia que possa ser sustentada pela empresa e constitua-se em vantagem competitiva.

As estratégias podem ser direcionadas para a liderança de custo (menor custo do segmento), diferenciação (agregação de um valor superior para o cliente) ou foco (atuar como especialista em um segmento de mercado).

A liderança em custos aliada à diferenciação através da garantia de qualidade e serviços agregados aos produtos, representam para a moderna concepção de Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos o padrão mínimo para atuar competitivamente no mercado globalizado.

Empresas que não se adequaram aos padrões de custos do seu segmento ou não implantaram controles de qualidade adequados "dificilmente conseguirão atuar de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimento otimizada." (Novaes, 2007)

3. CONCLUSÃO

O resultado da aplicação da logística de forma eficiente reflete diretamente na diminuição das necessidades de capital de giro, além da evidente importância da logística empresarial para a obtenção de um bom resultado na gestão do negócio e da sobrevivência da empresa.

Este estudo aponta o quão estreita é a relação entre os resultados financeiros e a eficiência logística, cujos pontos em comum são elencados abaixo:

Preocupação com a utilização adequada dos recursos materiais e financeiros;Prima pela alocação racional dos recursos para otimizar o seu retorno;Busca a redução dos custos e eliminação dos custos desnecessários;Tomada de decisões com foco na geração de valor para os acionistas;Seus profissionais tomam decisões relativas aos investimentos e avaliam seu retorno.

Além disto, a administração financeira tem por missão criar valor para seus acionistas, o que está ligado ao processo de gerar ou maximizar o lucro.

Segundo Neto (2002), a utilização racional dos recursos por si só leva a redução dos custos, maior nível de serviço, agrega valor, podendo representar em aumento dos lucros da empresa. Tais objetivos podem ser atingidos através de um sistema logístico eficiente, o que evidencia a relação entre a eficiência logística e os resultados financeiros. Sendo que a excelência logística favorece a excelência financeira.

Visando manter a lucratividade em alta as empresas investem na aquisição de novas competências dentre estas destaca-se a logística, que possui a capacidade de agregar as diferentes atividades empresariais, envolvendo toda a cadeia de suprimentos e distribuição com seus diferentes interesses.

O sistema logístico brasileiro deve priorizar o ganho de eficiência através da integração, consolidando parcerias, otimizando e racionalizando processos internos que facilitem os fluxos de materiais e informações em toda a cadeia de suprimentos e distribuição.

A eficiência logística será alcançada por empresas aptas a criar valor para seus clientes e acionistas, através da redução de custos e maximização do lucro. Para isto é fundamental identificar o que o cliente entende por valor e satisfazer a necessidade deste.

A contabilidade gerencial tem um papel importante na criação de valor e tem como pontos referenciais o valor agregado aos produtos no processo produtivo e o custo de oportunidade de capital, que possibilita a mensuração do valor econômico adicionado.

Os administradores precisam adotar a contabilidade gerencial como ferramenta importante para a gestão eficiente e incremento à competitividade da organização à medida que facilita o planejamento e controle das ações internas, principalmente as atividades logísticas.

Acima de tudo, um sistema logístico eficiente utiliza menos recursos, tem menor grau de endividamento, aumenta seus índices de liquidez, cria valor para o cliente mantendo sua vantagem competitiva e maximiza a lucratividade, portanto a eficiência logística é fundamental para o sucesso financeiro de uma organização, sobre o qual tem impacto direto.

4. BIBLIOGRAFIA

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Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/eficiencia-logistica-e-seus-impactos-financeiros/57765/

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