quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DOAR x DFC - Análises e Comparações


Com a aprovação da Lei nº. 11.638/07, publicada na Edição Extra do Diário Oficial da União de 28 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que passa a vigorar a partir de 1º. de janeiro de 2008, passou então a ser obrigatória a apresentação da DFC - Demonstração de Fluxo de Caixa para as empresas que, antes, eram obrigadas a publicar a DOAR - Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, além da imposição às empresas "de grande porte" a adesão às mesmas regras.


Na minha opinião, o que se perde e o que se ganha com a substituição de uma demonstração pela outra, além obviamente da contabilidade brasileira estar convergindo às normas internacionais de contabilidade - IFRS, é que uma das vantagens da DFC em relação a DOAR, é que a DFC pode ser compreendida facilmente por alguém leigo no assunto, já a DOAR só mesmo quem é contador ou alguém que tenha bastante conhecimento em contabilidade para compreender.

Quanto às informações, a DFC irá apresentar informações financeiras, ou seja, qual a importância em dinheiro que entrou e saiu do caixa, já a DOAR apresentará informações de caráter econômico, ou seja, quais foram os recursos que a empresa originou, e onde foram aplicados.


Como essas demonstrações apresentam informações distintas, dependerá do usuário avaliar qual será a que melhor irá atendê-lo.

Vejamos algumas análises e comparação entre a DOAR e a DFC

A DOAR possui alguns pontos comuns com a DFC, porém é muito rica em informações. A DOAR é mais analítica mostra a posição financeira, suas tendências futuras. A DFC propicia informações concretas, se houve ou haverá dinheiro, quanto se deve tomar de empréstimos. A DFC é um instrumento com características de curto prazo, voltada para o usuário interno, já ao usuário externo deixa a desejar. A DOAR tem características de médio e longo prazo, permite a seus usuários perceber a política e a tendência das empresas no futuro.

Enquanto a DFC compreende o movimento de fluxo de dinheiro, A DAR volta-se para a movimentação nos recursos e aplicações permanecentes, ou de longo prazo e, como conseqüência disto, o impacto na situação financeira, espelhada pela variação do CCL (Capital Circulante Líquido).

A DOAR forma com outras demonstrações contábeis uma base de dados sobre situação econômico-financeira e o de desempenho da empresa. Não substitui e nem deveria ser substituída pelas demais demonstrações pela importância das informações que o conjunto propicia aos usuários. Pelo que se recomenda seja a DOAR divulgada sempre que forem as outras demonstrações.

A DFC como já dito anteriormente utiliza o conceito de caixa, que é mais fácil entendimento pelos usuários das informações contábeis, principalmente pelos que não têm conhecimento apurado sobre contabilidade. O método direto é de mais fácil compreensão, enquanto o método indireto se aproxima mais da própria DOAR e apresenta informações mais apuradas da posição financeira da empresa.

  • VANTAGENS DA DOAR

A DOAR mostra a rota ou rumos que vem sendo seguido pela demonstração financeira, as fontes utilizadas para financiar as atividades, a velocidade e as modificações sofridas e as tendências futuras das condições da empresa, complementando tanto as informações do Balanço Patrimonial quanto da Demonstração de Resultado do Exercício, pois o Balanço Patrimonial apresenta uma posição financeira estática, a Demonstração de Resultado do Exercício demonstra o Lucro Líquido e a DOAR ajusta-o demonstrando o que isto representou em termos de recursos financeiros, e ainda:

  1. Possibilita um melhor conhecimento da política de investimento e de financiamento da empresa;

  1. A DOAR é uma demonstração de mesmo nível e importância do que o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício;

  1. O CCL (Capital Circulante Líquido) é um elemento importante na administração financeira da empresa. Quanto maior o CCL maior a possibilidade de a empresa manter uma boa liquidez;

  1. A DOAR nos posiciona sobre questões fundamentais sobre a situação financeira da empresa, suas alterações, tendências bem como sobre a habilidade da gerência;

  1. A DOAR é mito útil como instrumento gerencial;

  1. É imprescindível para análise externa à empresa e deve fazer parte do conjunto de demonstrações a serem analisadas;

  1. Mostra além da variação do CCL as mudanças na posição financeira como um todo, ou seja, nos itens não correntes que alteram o quadro de financiamentos e investimentos.

  • VANTAGENS DA DFC

A DFC evidencia o confronto entre as entradas e saídas de caixa, se haverá sobras ou faltas de dinheiro, permitindo à administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos monetários, e ainda:

  1. Mostra a real condição de pagamento das dívidas;

  1. Informa sobre os problemas de insolvência e liquidez, podendo prevenir da falência;

  1. Segundo alguns autores a DFC é muito mais fácil de se entender do que a DOAR;

  1. Evidencia como a empresa gerou caixa e como ela gastou;

  1. A DFC é um instrumento com utilização de nível mundial, assim é importante a sua utilização;

  1. A DFC é um importante instrumento gerencial, principalmente a curto prazo, mostrando a necessidade de caixa da empresa;

  1. Mostra o montante de recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e auxiliando em suas aplicações;

  1. Busca o equilíbrio entre os ingressos e desembolsos de caixa a empresa, desenvolvendo um controle nas contas do ativo e passivo circulante.

  • CONCLUSÃO

A Contabilidade, que tem como função central a produção e comunicação de informações úteis para um conjunto de usuários com objetivos de informar distintos, tem enfrentado nos últimos tempos críticas quanto a forma que se tem utilizado para cumprir sua tarefa, em função de que, para alguns usuários, os meios (demonstrações contábeis) não alcança os fins (comunicação de informação útil).

A discussão que se tem atualmente em função da possível substituição daDOAR pela DFC é bastante interessante à medida que possa contribuir para estabelecimento da DFC tecnicamente mais adequada, quando passar a vigorar em nosso país obrigatoriamente da divulgação da DFC.

Tanto a DOAR como a DFC têm alguns pontos que são passivos de críticas em sua eficácia como instrumento de informação. A DOAR apresenta o conceito abstrato de Capital Circulante Líquido que pode aparentemente apresentar uma situação confortável para a empresa, mas devido os prazos de recebimentos e estocagem serem elevados, a empresa pode ficar com dificuldades financeiras a curto prazo. Já a DFC pode facilmente ser manipulada, a empresa pode conduzir seus fluxos de caixa, atrasando os pagamentos a fornecedores, apresentando assim uma situação financeira irreal, além de seu conteúdo informacional ser inferior ao da DOAR.

Como podemos observar neste trabalho, a DOAR e a DFC são demonstrações que objetivam informar sobre a situação da empresa (liquidez e solvência), a primeira dando ênfase ao CCL e à posição financeira como um todo e a segunda dando ênfase ao caixa, em seus recebimentos e pagamentos.

Considerando as características da DOAR e da DFC pelo método direto, podemos concluir que uma demonstração complementa a outra, assim as informações que a DOAR não evidencia dentro do próprio circulante (CCL), seriam apresentadas pela DFC (método direto). Portanto, a maioria das críticas feitas a essas demonstrações seria eliminada, se ambas fossem apresentadas em conjunto, aumentando assim a qualidade das informações contábeis.

Assim em meio das discussões que estão acontecendo, no sentido de ganho ou perda da qualidade das informações, na substituição da DOAR pela DFC como uma tendência mundial e já incluída no anteprojeto da reforma da Lei nº. 6.404/76 das S/A., é importante que se analise a possibilidade d apresentação dessas duas demonstrações em conjunto com as demais, para assim obtermos uma melhoria na qualidade das informações contábeis e, atendendo a um maior número de usuários.

O trecho que alterava o Art. 181 da Lei nº. 6.404/76 que define o que pode ser classificado como resultados de exercícios futuros; teve o veto presidencial já que a nova lei contábil ampliava o alcance desse artigo, incluindo operações feitas entre empresas de um mesmo grupo (controladoras e controladas). Na visão da Receita Federal do Brasil, que surgiu o veto presidencial, a nova redação poderia causar problemas para o controle fiscal das empresas, já que poderia “gerar inobservância do regime de competência” no Balanço Patrimonial das empresas, especialmente se a controlada ou controladora for domiciliada no exterior.

Além das alterações abaixo relacionadas, foram adequados os critérios de avaliação dos ativos e passivos, a fim de contemplar os novos grupos de contas. A Comissão de Valores Mobiliários - CVM (http://www.cvm.gov.br/), deverá elaborar normas de acordo com os padrões internacionais que tornar-se-ão obrigatórias para as sociedades abertas e grandes empresas e poderão ser observadas pelas demais sociedades.

A nova legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais, o que facilita o investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de capital fechado a divulgarem seus balanços. Com as novas regras diversas alterações ocorreram, entre elas temos:

  1. A DOAR foi extinta;
  2. Torna-se obrigatória à elaboração e publicação da DFC e do DVA (Demonstrativo do Valor Adicionado);
  3. A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de reais);
  4. O DVA (Demonstrativo de Valor Adicionado) é exigida para todas as companhias abertas;
  5. O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”, além dos já existentes “Investimentos”, “Imobilizado” e “Diferido”;
  6. Fora extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajuste de Avaliação Patrimonial” que possui características diferentes;
  7. Ainda no Patrimônio Líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em Tesouraria”;
  8. Foram extintas a reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures” e “Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta última, controlada na conta “Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser excluída da base de cálculo dos dividendos obrigatórios;
  9. A Conta de “Lucros e Prejuízos Acumulados”, deixa de existir, dando lugar a conta “Prejuízos Acumulados”, assim o Resultado positivo deve ser controlado nas contas de reservas de lucros ou destinado de acordo com a determinação social.
  10. Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial que agora, não mais precisam ser relevantes.

Bom, como podemos ver a DOAR e a DFC se complementam, particularmente não acredito que uma substitui a outra, porém lei é lei, mas é sempre importante analisarmos alguns aspectos, realizar algumas comparações e defender nosso pensamento e nosso critério sobre as mudanças nas ferramentas de trabalho tão importantes em nossa atividade.

Já dizia Rogério Pousa (Professor de Contabilidade Gerencial) no ISCA Faculdades de Limeira/SP, em meados de agosto de 2006 “A Contabilidade Brasileira sofrerá mudanças em breve” com base na publicação no Jornal Gazeta Mercantil de 17 de agosto de 2006, pois é, e não é que as mudanças ocorreram.


Willian Ferreira dos Santos
willian_limeira@vivax.com.br


Intangível




Em Contabilidade “Intangível” é a qualidade de ausência de representação física de um componente do patrimônio face à função por este exeqüível.

Tal conceito científico é tradicional e assim foi acolhido pelos mais expressivos intelectuais da Contabilidade no século XX (basta citar Gino Zappa e outros, obra referida na bibliografia, página 84).

A classificação patrimonial do Ativo que a Lei 11.638 de fins de 2007 veio somente agora distinguir, surgida como “inovação modificadora” já era lecionada há trinta anos em minha obra “Aspectos Contábil da Nova Lei das Sociedades por Ações”, edição Atlas (1978); o tema, todavia, já estava definido em doutrina contábil há mais de seis décadas, constava de Planos Oficiais de contas na primeira metade do século XX na Alemanha (Plano Goëring) e França e já havia merecido considerações práticas há quase um século quanto ao Aviamento face à estrutura patrimonial (como na obra de Bellini, citada na bibliografia, página 69).Conceito clássico, consolidado, realista, o denominado “Intangível” é atribuível ao componente patrimonial que não possui representação física compatível com a função que desempenha como utilidade no patrimônio de um empreendimento.

A questão funcional do elemento patrimonial não está, pois, racionalmente, dentro da realidade objetiva, condicionada ao que é “legal”, mas, sim, à “capacidade de suprir a necessidade”, rendendo utilidade; o aspecto de “direito”, na cultura contábil foi o abraçado equivocadamente na antiguidade quando procuraram estabelecer nos fins da idade média os primeiros conceitos, assim como no século XIX as primeiras doutrinas personalistas; agora, portanto, ressurge o apelo conceitual à equivocada e pretérita ótica “personalista”, como rótulo de “inovação”, nas ditas Normas Internacionais de Contabilidade (acolhida no Brasil pela Deliberação CVM Nº 553, de 12 de novembro de 2008, aprovando o CPC 04, este fiel à NIC 38 do IASB); em razão disso os que desconhecem a literatura contábil e a sua história referem-se ao retorno aludido como “modificação inovadora” o que na realidade é apenas reminiscência do arcaico regime, provado como falacioso em doutrina.

Em ciência contábil a questão da realidade objetiva que uma conceituação deve traduzir (esta que gera definições) não está no elemento Intangível poder ser vendido ou não, transferível ou não, lucrativo ou não; a intangibilidade está na “natureza do bem” este que se classifica pela correlação entre a representação física e a função que o componente patrimonial tem condições de prestar (assim se tem entendido e esta a realidade do ponto de vista racional perfeitamente perceptível).

A lógica da expressão no campo científico, aquela responsável pelos conceitos, tem compromisso com a realidade e não deve resultar de imaginação ou convenção que represente a conveniência de pessoas, entidades ou grupos.

A ciência não se constrói ao sabor de política e nem de ato compulsório ou algo dogmático.

É contracultural contabilmente admitir que um componente patrimonial deixe de ser considerado incorpóreo porque não pode dar lucro, ser transferido ou ainda utilizado.

Ao se pretender traduzir em palavra outra idéia relativamente ao Intangível ou de uma espécie dentro de tal gênero, logicamente se faz exigível buscar outra expressão ou um “conceito derivado restrito”, tal como lecionou Maritain em obra específica (referida na bibliografia, página 52), tal como o fez Einstein face aos conceitos de “relatividade”.

A falta de respeito à realidade objetiva, a adoção de critérios subjetivos de conveniência tende a gerar o caos e ensejar idéias confusas, fato que Infeld e Einstein já acusavam na famosa obra “A Evolução da Física” (referida na bibliografia) e Descartes condenava em suas lições (obras citadas na bibliografia).

Mesmo sem tendência científica, similar advertência sobre o conflito entre palavra e realidade foi feito no século XVII pelo filósofo preferido de Einstein, Baruch Espinosa, em seu “Tratado da Correção do Intelecto”, este admirador e seguidor que foi do excelso René Descartes (importante é observar essa corrente de celebridades na herança e seqüência do entendimento sobre o valor das expressões); complementando, ratificando conceitos, é ainda útil lembrar que assim também lecionou Wittgenstein, um dos precursores da “filosofia lingüística” (obra referida na bibliografia).

O conceito de “Intangível”, pois, em ciência contábil, acha-se ligado a irrelevância dos elementos físicos em contraposição à relevância da função que desempenham, ou seja, na razão inversa entre tais aspectos; essencialmente não se prende o referido a relações de direitos, obrigações, mercadológicas ou especulativas para fim de atribuição de qualidade; é contrariar o preceito da essência sobre a forma admitir diferentemente do referido.

O conceito contábil como unidade de um conhecimento sistemático que é, a este deve representar com estrito respeito à qualidade e “realidade objetiva” o que em assim não sendo o faz inválido ou falacioso.Em ciência não há lugar para homonímia e nem a expressão que representa a idéia pode ser uma ficção ou visão monocular de fatos; como é o conhecimento científico aquele que representa a verdade, como esta é relevante responsabilidade na área contábil, os conceitos que de tal ótica se distanciam deixam de merecer fé perante a “realidade objetiva” patrimonial.




Antônio Lopes de Sá




Vídeos: http://www.youtube.com/


terça-feira, 25 de novembro de 2008

Chamem os cubanos de volta e peçam desculpas





A Organização Mundial de Saúde informa que no Brasil há 455 cidades sem médicos.


Até aí não haveria nenhuma novidade, já que depois que a Justiça expulsou os médicos cubanos que cuidavam da saúde dos brasileiros, sabia-se que muitos municípios iriam ficar sem médicos.


Mas 455 cidades? Convenhamos, é vergonhoso.


E ainda expulsam os médicos cubanos que trabalhavam em rincões distantes do Norte e Nordeste do país?


O que me chamou a atenção ao buscar o nome dessas cidades foi verificar o tanto delas que se encontram nos Estados de São Paulo e Minas Gerais.


Mais ainda, ao constatar que entre as cidades que não possuem médicos, encontra-se Alumínio, com mais de 15 mil habitantes, distante 70 quilômetros da capital paulista.


A cidade de Alumínio tem esse nome porque ali funciona a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) do grupo Votorantim.


Corre a informação, na região, de que a cidade é pródiga em gerar bebês com anencefalia (sem cérebro).


Dito isso pergunto: se numa cidade a 70 quilômetros da capital paulista e menos de 30 de Sorocaba, não há médicos, o que dizer do resto do país?


Sinceramente, faltar médicos no Norte e Nordeste, ainda se entende já que ali a população continua entregue à sanha dos senhores feudais.


Mas São Paulo e Minas Gerais?


Com os bilhões que arrecadam?


Cadê o dinheiro?


Gato nenhum consegue comer tanto.


Enquanto não se soluciona esse problema, só resta à Justiça chamar os médicos cubanos de volta e pedir desculpas.


Ou alguém acha que não?





Georges Bourdoukan
Jornalista e Escritor

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Nossa Língua Portuguesa


20 Dicas de Português - evite erros mais comuns



Dica 1- Uso de “A” ou “HÁ”

O indica tempo que já passou, como no exemplo: “Eu parei de fumar algum tempo”.

O A indica o tempo que ainda vai passar, como no exemplo: “Daqui a alguns anos, eu morrerei”.

Dica 2 - Uso de “A CERCA DE”, “HÁ CERCA DE” ou “ACERCA DE”

A CERCA DE indica distância, como na frase “Trabalho a cerca de 10 quilômetros da minha casa”;

HÁ CERCA DE indica tempo aproximado, como no exemplo “Te conheço há cerca de 20 anos”

ACERCA DE é o mesmo que A RESPEITO DE, como no exemplo “Na reunião falamos acerca de seu desempenho”.

Dica 3 - Uso de AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A

AO ENCONTRO DE é utilizado em uma situação favorável, como na frase “Sua oferta vai ao encontro de minhas expectativas. Aceito!”

DE ENCONTRO A indica uma situação de oposição, como no exemplo “Seus interesses vão de encontro aos meus. Não dá certo!”

Dica 4 - Uso de “AFIM” ou “A FIM”

AFIM é um adjetivo que passa a idéia de igualdade, semelhança, afinidade. Exemplo: “Somos amigos pois temos idéias afins

A FIM é o mesmo que “para”, e indica finalidade. Exemplo: “Saí na balada a fim de diversão”

Dica 5 - Uso de “AO INVÉS DE” ou “EM VEZ DE”

EM VEZ DE indica substituição, como no exemplo: “Coma verduras e legumes em vez de frituras para ter uma boa saúde”.

AO INVÉS DE apresenta idéia contrária, uma oposição. Por exemplo: “Você deve falar ao invés de só escutar”

Dica: se está na dúvida, use a expressão EM VEZ DE, já que pode ser utilizada em qualquer situação, em qualquer sentido.

Dica 6 - Uso de “AO NÍVEL DE” ou “EM NÍVEL DE”

AO NÍVEL DE significa “à mesma altura”, como no exemplo “A cidade do Rio de Janeiro fica ao nível do mar, enquanto Brasília é mais alto”

EM NÍVEL DE é o mesmo que “no âmbito de” e indica escopo. Exemplo: “A decisão foi tomada em nível de direção, não cabe recurso”

Dica: por favor, aprenda que não existe a expressão “a nível de” como muitos gostam de falar por aí.

Dica 7 - Uso de “AONDE” ou “ONDE”

AONDE é utilizado com verbos que indicam movimento, como na frase “Aonde estamos indo?”

ONDE é utilizado com verbos estáticos, como em “Onde está a minha carteira?”

Dica: o termo “onde” é utilizado para se referir a espaços físicos, como em “A sala onde ficará a equipe”. NUNCA utilize frases do tipo “O item da proposta onde é tratado o assunto…”. O correto seria “O item da proposta em que é tratado este assunto…”

Dica 8 - Uso de “A PRINCÍPIO” ou “EM PRINCÍPIO”

EM PRINCÍPIO é o mesmo que “em tese”, “de um modo geral”, como na frase “Em princípio, achei você uma pessoa muito legal”

A PRINCÍPIO significa “começo”, “início”, como na frase “A princípio, achei você uma pessoa muito legal. Mas depois percebi que me enganei.”

Dica 9 - Uso de “DEMAIS” ou “DE MAIS”

DEMAIS pode ser usado como advérbio de intensidade no sentido de “muito”, e também como pronome indefinido no sentido de “outros”. Como na frase “A situação deixou os demais candidatos chateados demais!”

DE MAIS é o oposto de “de menos” e são sempre referidos a um substantivo ou pronome. Exemplo: “Existem candidatos de mais para eleitores de menos“.

Dica 10 - Uso de “EM FACE DE” ou “FACE A”

Não existe a expressão “FACE A” na língua portuguesa. Dessa forma, apenas é permitido utilizar a expressão EM FACE A. Exemplo: “Em face do aumento do dólar, não vou viajar para o exterior”

Dica 11 - Uso de “DENTRE” ou “ENTRE”

ENTRE é utilizado nos casos em que o verbo não exige a preposição de, como no exemplo: “Entre as pessoas desta sala, tenho mais chance.”

DENTRE já tem o uso mais limitado. Significa “no meio de” e é fruto da união da s preposições de + entre. Mas para que esta união ocorra, o verbo precisa exigir a preposição de. Veja exemplos:

Ex 1 - “Ele ressurgiu dentre as pessoas” - quem ressurge, ressurge de algum lugar. Neste caso, de onde? De entre as pessoas, ou do meio das pessoas.

Ex 2 - “Os músicos saíram dentre as primeiras filas” - quem sai, sai de algum lugar. De onde? Do meio das primeiras filas

Dica 12 - Uso de “ESTE”, “ESSE” ou “AQUELE”

Os pronomes demonstrativos ESTE, ESSE e AQUELE precisam de um pouco de atenção no seu uso, cujas diferenças recorrem ao espaço em relação às três pessoas do discurso, o tempo verbal e a proximidade com os termos da oração.

- Pronome ESTE

  • Espaço: Indica o que está próximo da pessoa que fala - “Esta proposta é excelente!”
  • Tempo: atual - “Esta semana ligarei para você.”
  • Proximidade com Termos: refere-se ao termo mais próximo - “Joana e Angélica estiveram aqui. Esta (Angélica) é mais inteligente.”

- Pronome ESSE

  • Espaço: indica o que está próximo da pessoa com quem se fala - “Esse desafio vai mexer com você!”
  • Tempo: passado próximo - “Casei em 2006. Nesse ano meu filho nasceu.”
  • Proximidade com Termos: refere-se à idéia mais mencionada - “Leia o Minha Gestão. Esse site é fantástico.”

- Pronome AQUELE

  • Espaço: indica o que mais distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala - “Aquela proposta que perdeu era muito ruim!”
  • Tempo: passado distante - “Os carros daquela época eram muito melhores.”
  • Proximidade com Termos: refere-se ao termo mais distante - “Me formei em duas faculdades, medicina e direito. Aquela (medicina) foi muito mais difícil.”

Dica: o pronome este também pode indicar uma idéia que ainda vamos mencionar, como no exemplo: “Vamos debater este assunto: ganhar dinheiro.”

Dica 13 - Uso de “HAJA VISTA” ou “HAJA VISTO”

HAJA VISTA é a única expressão correta, pois neste contexto a palavra “vista” é invariável. Mas o verbo “haver” admite concordância com o substantivo a que se refere.

- Ex 1: “Haja vista o ocorrido, não irei trabalhar”

- Ex 2: “Hajam vista os acontecimentos, não irei trabalhar”

Dica: como a expressão “Haja Visto” não existe, deve-se dar a preferência ao uso da forma invariável HAJA VISTA.

Dica 14 - Uso de “MAIS”, “MAS” ou “MÁS”

MAIS é utilizado tanto como advérbio de intensidade - “Eu sou mais bonito que você” - como pronome indefinido - “Eu quero mais amor”.

MAS é uma conjunção adversativa e indica oposição, como no exemplo: “Eu saí, mas não cheguei lá”

MÁS é um adjetivo, e utilizado como antônimo de “boas”: “As más ações levam você para o inferno”

Dica 15 - Uso de “MAU” ou “MAL”

MAU é o oposto de “bom”, como no exemplo: “Eu sou mau. Vou para o inferno”

MAL é o oposto de “bem”, como no exemplo: “Ele fala muito mal

Dica 16 - Uso de “POR” ou “PÔR”

POR é preposição: “Por favor, reze por mim”

PÔR é verbo, o mesmo que “colocar”: “Vou pôr o livro sobre a estante”

Dica 17 - Uso de “POR QUE”, “PORQUE”, “POR QUÊ” ou “PORQUÊ”

O uso dos porquês não é tão simples, precisa de um pouco de atenção. Para facilitar o seu entendimento, podemos usar o eficiente mecanismo de substituição:

Usa-se o POR QUÊ se puder substituir por “por qual motivo”, como no final da frase “Você me odeia tanto por quê?

Usa-se o PORQUÊ se puder substituir por “o motivo”, como na frase “Não sei porquê tenho que estudar tanto!”

Usa-se o POR QUE se puder substituir por “por que motivo”, como na frase “Eu sei por que você não me liga mais!”

Usa-se o PORQUE se puder substituir por “porquanto”, como na frase “Não vi porque sou cego.”

Dica 18 - Uso de “SE NÃO” ou “SENÃO”

SE NÃO é o mesmo que “caso não”, como na frase “Se não dormir mais cedo, vou acordar mais tarde”

SENÃO é o mesmo que “do contrário”, como na frase “Eu estava dormindo, senão atenderia”; ou o mesmo que “a não ser”, como na frase “Não faço outra coisa senão amar você”

Dica 19 - Uso de “TÃO POUCO” ou “TAMPOUCO”

TÃO POUCO é o mesmo que “muito pouco”, como no exemplo “Ganho tão pouco que não dá nem pro cafezinho”

TAMPOUCO é o mesmo que “também não”, como no exemplo “Não comi a salada tampouco a sobremesa”

Dica 20 - Uso de “TODO” ou “TODO O”

TODO indica “qualquer”, como na frase “Todo homem gosta de futebol”; ou é o mesmo que “muito”, como no exemplo “Fiquei todo molhando andando na chuva”

TODO O significa “inteiro” ou “total”, e pode ser observado no exemplo “Todo o jantar foi servido e consumido”.



FONTE - http://cariocanocerrado.com/2008/10/16/20-dicas-de-portugues-

evite-erros-mais-comuns/

Prejuízos com Feriados em 2009




Feriados em 2009 poderão gerar prejuízos que poderiam aliviar a carga tributária.

Para Firjan, feriados irão gerar perdas de R$ 155,6 bilhões, que poderiam ser usados para aliviar a carga tributária do contribuinte.





SÃO PAULO - Os feriados de 2009 poderão causar um prejuízo de R$ 155,6 bilhões ao País, segundo afirma a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Para a entidade, esse dinheiro poderia ser utilizado para gerar impostos e tributos, o que contribuiria para aliviar a carga tributária.


A Firjan também considera que, em épocas de grande pressão sobre a oferta, um número excessivo de feriados pode acabar elevando a inflação. "Há um custo. A questão é se devemos arcar com esse custou ou não", afirmou, em entrevista à Agência Brasil, o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da organização, Patrick Carvalho.


Feriados e comemorações









Apesar de afirmar que a entidade não é contra os feriados, Carvalho considera que os legisladores deveriam ter em mente essas perdas, antes de instituir uma data como feriado. "Nós sabemos que essas datas fazem parte da cultura de uma sociedade. A questão que se coloca é até que ponto a confusão entre datas comemorativas e feriados é salutar ao País", diz.


O executivo também sugeriu que seja feito um amplo debate nacional para rever a política de feriados vigente no País, para determinar se as datas comemorativas, que hoje se confundem com feriados, devem continuar assim ou se deve ser feita uma reformulação.


O economista também afirmou que, em 2008, apesar de muitos feriados terem caído em sábados ou domingos, deve ser registrada uma perda de R$ 105,1 bilhões.



Fonte: http://dinheiro.br.msn.com/financaspessoais/

Veja ranking dos maiores bancos do país


A compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil não devolveu ao BB a posição de maior banco do país em ativos, segundo estudo da consultoria Economatica divulgado nesta sexta-feira (21). O banco fica na segunda posição no mercado brasileiro, atrás do novo conglomerado formado por Itaú e Bradesco.

O ranking da Economatica leva em conta apenas instituições listadas em bolsa no país, não incluindo, portanto, bancos como a Caixa Econômica Federal, que tem ativos estimados em R$ 276,1 bilhões, e ficaria em quinto lugar entre os maiores bancos brasileiros.

Posição Empresa Total (Em R$ bilhões)
1 Itaú + Unibanco 575,119
2 BB + Nossa Caixa 512,304
3 Bradesco 422,706
4 Santander 328,131
5 Banrisul 25,506
6 Nord Brasil 15,596
7 Bicbanco 13,187
8 Alfa Invest 12,757
9 Banestes 9,263
10 Panamericano 8,452



De acordo com a consultoria, a união do Banco do Brasil com a Nossa Caixa criará uma instituição de R$ 512,304 bilhões em ativos. Antes da fusão, o Banco do Brasil tinha R$ 458,873 bilhões.

O valor ainda é menor do que os R$ 575,119 bilhões dos ativos que terá o Itaú Unibanco Holding, originada da união entre as duas instituições. Em terceiro aparece o Bradesco, com R$ 422,7 bilhões em ativos.

Brasil + EUA

Na lista que considera também os bancos dos Estados Unidos, o BB acrescido da Nossa Caixa passa a ocupar a décima posição, perdendo para instituições como JP Morgan, Citigroup, Goldman Sachs e Merryl Lynch. Neste ranking, também está atrás do Itaú-Unibanco, que aparece na oitava posição.



Fonte: http://g1.globo.com/
>>Notícias >> Economia_Negócios

Rússia




Rússia vai reduzir impostos sobre lucros das empresas


Jornal de Negócios Online
http://www.jornaldenegocios.pt/
E-mail: negocios@mediafin.pt



O governo russo anunciou que vai cortar os impostos sobre os lucros das empresas para ajudá-las a superar a pior crise financeira numa década.

O primeiro-ministro russo Vladimir Putin afirmou que a taxa vai descer em quatro pontos percentuais, em Janeiro, face aos actuais 24%, libertando 400 mil milhões de rublos (11,5 mil milhões de euros) para os negócios.

“Este dinheiro vai trabalhar para a economia”, sublinhou Putin, citado pela agência noticiosa.

Os pequenos negócios vão ver a carga tributária sobre os lucros reduzida para 5% dos 15%.

As empresas russas estão a enfrentar dificuldades no acesso aos fundos depois da crise no mercado de crédito mesmo apesar do governo ter adoptado um pacote de liquidez no valor de 200 mil milhões de dólares (158,4 mil milhões de euros).

O Banco Mundial adiantou, esta semana, que cortou as suas estimativas de crescimento para a Rússia, para o próximo ano, dos 6,5% para os 3%.



Willian Ferreira dos Santos
willian_limeira@vivax.com.br

Integrar Equipes nas Fusões e Aquisições



O desafio de integrar equipes nas fusões e aquisições





Betania Tanure e Roberto Gonzalez Duarte


24/11/2008


Dias atrás, um de nós discutia com um grupo de 40 dirigentes de grandes empresas brasileiras sobre os fatores-chave de sucesso das fusões e aquisições. Durante a conversa, um deles opinou: "Agora, no meio desta crise, o número de aquisições vai diminuir". Após intenso debate, a conclusão geral foi oposta: "O número de aquisições vai aumentar".

Talvez os grandes players não sejam rigorosamente os mesmos, mas quem neste momento de crise está com caixa vai se deparar com oportunidades incríveis, com os preços dos ativos muito menores e possibilidades extraordinárias de consolidação. Portanto, mais do que nunca é fundamental compreender com maior profundidade as razões do grande número de fusões e aquisições empresariais malsucedidas.


Em alguns casos já estudados, verificam-se erros estratégicos na escolha do negócio, ou mesmo na fase da "due diligence". Esses talvez sejam os mais facilmente identificáveis. Um aspecto fundamental nessa etapa, nem sempre reconhecido, diz respeito às pessoas e à cultura. A grande desculpa para não incluí-lo na "due diligence" é a "urgência" com que se fecham as operações. O fato é que, sendo menos tangível, esse aspecto muitas vezes não é dominado pela alta liderança e acaba entrando no bloco do "deixe isso para vermos depois."

Acontece que numa aquisição a análise das características culturais e do portfólio de pessoas da empresa a ser adquirida é imprescindível. É essa análise, em articulação com o objetivo da aquisição, que vai definir a estratégia de integração: assimilação, em que predomina uma das culturas; mescla, em que as duas se misturam; pluralidade, em que ambas sobrevivem; movimento reverso, quando a cultura da adquirida influencia fortemente a da adquirente; ou ainda transformação, quando uma terceira cultura, diferente das duas anteriores, é formada. Aí está uma das principais responsabilidades da alta liderança.

A despeito dessa responsabilidade, e embora tenha aumentado o número de empresas que realizam essa análise, na maioria das vezes ela acaba sendo adiada e, pior, ficando por conta de níveis hierárquicos que nem sequer estavam envolvidos na negociação ou não são reconhecidos como integrantes da esfera de poder. Como resultado, surgem grandes dificuldades, que não raramente condenam o negócio ao insucesso. Uma pesquisa que realizamos com 106 presidentes de empresas que estão entre as melhores e maiores do país vem confirmar essa situação: 68% acreditam que pessoas e cultura são o maior problema das F&A. Mesmo para os que tratam a integração como parte de uma estratégia - criando um cuidadoso planejamento para garantir êxito -, a junção de duas empresas pode apresentar sucessivos obstáculos. Isso porque a integração é um processo que não pode ser plenamente estabelecido a priori, já que se trata de reconstruir estruturas e amalgamar estratégias e práticas organizacionais. A transferência de competências entre as empresas requer uma atmosfera adequada, e a escolha da estratégia cultural deve estar calcada não no desejo dos acionistas controladores ou dos dirigentes, mas, em última instância, na construção de vantagens competitivas sustentáveis, o que resulta em criação de valor. Mais uma vez, o papel dos dirigentes é fundamental, a começar pela criação de um propósito - uma visão clara da organização que vai surgir, apoiada em metas ambiciosas e um conjunto significativo de valores.

Gerenciar os sentimentos das pessoas é outra desafiadora tarefa da alta liderança na fase de integração. Quando a empresa com que fizeram seu contrato psicológico deixa de existir, as pessoas passam por um ciclo emocional típico das crises. Se as duas organizações competiram frontalmente durante muitos anos ou a área de superposição é grande, aumentando a possibilidade de demissões, a intensidade desse ciclo emocional é normalmente maior. A competência em gerir esses processos está relacionada diretamente à capacidade organizacional de gerir processos de transformação, de integrar os lados racional e emocional.

Experiências de sucesso demonstram, e as malsucedidas comprovam, que a cultura é, fundamentalmente, fonte de vantagem ou desvantagem competitiva, dependendo da competência de quem a administra. Uma operação que consiga fazer com que uma integração se torne uma fonte de orgulho e prazer tem chances muito maiores de atingir os resultados empresariais desejados de forma sustentável - o que, afinal, é, ou deveria ser, a premissa orientadora dessas operações.


Betania Tanure é professora da Fundação Dom Cabral e da PUC Minas.

Roberto Gonzalez é professor da PUC Minas

Banco do Brasil e Nossa Caixa Nosso Banco




Economia & Negócios












BOM NEGÓCIO
A compra da Nossa Caixa permite ao BB subir de posição no ranking dos bancos


O BB ganha força






Com a compra da Nossa Caixa, o Banco do Brasil dá um passo para voltar a ser o primeiro. E Serra pavimenta o caminho para 2010




O governador de São Paulo, José Serra, entrou no Palácio do Planalto, na quartafeira 19, decidido a fechar com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. As três autoridades chegaram a posar para uma foto no gabinete presidencial, mas o negócio não pôde ser concluído. Faltavam detalhes sobre o valor geral e as condições de pagamento. O negócio, porém, já estava mais do que maduro e os obstáculos foram contornados em menos de 24 horas. Na tarde da quinta-feira 20, o Banco do Brasil anunciou que acertou com o Estado de São Paulo a aquisição do controle acionário da Nossa Caixa, por R$ 5,386 bilhões. O montante será pago em 18 parcelas mensais no valor de R$ 299 milhões, corrigidas pela taxa Selic. Para comprar as ações dos acionistas minoritários, serão desembolsados mais R$ 2,173 bilhões. O valor total sobe para R$ 7,559 bilhões, o equivalente a 2,37 vezes o patrimônio líquido do banco paulista. "O preço se justifica pelas sinergias e pelo espaço para crescimento", afirmou o presidente do BB, Antônio Lima Neto.


O negócio foi bom para as duas partes. Ganham o Banco do Brasil e José Serra. O governo federal deu mais um passo para que o BB recupere o primeiro lugar no sistema bancário brasileiro, ou seja, o status bicentenário que perdeu após a fusão do Itaú com o Unibanco. "Nós queremos que o Banco do Brasil seja muito maior do que qualquer outro banco no País", afirmou o presidente Lula, na terça-feira. Com a compra da Nossa Caixa, o Planalto fica mais perto de seu objetivo. Ao incorporar o banco paulista, os ativos do Banco do Brasil passam de R$ 459 bilhões para R$ 512,4 bilhões. Ainda guardam distância dos R$ 575 bilhões do conglomerado Itaú Unibanco, mas o BB tem outras instituições na alça de mira.



Para o governador Serra, o negócio também é altamente vantajoso. A Nossa Caixa, embora importante braço financeiro do Estado de São Paulo, era uma dor de cabeça para a administração estadual. Sua rentabilidade ficava bem abaixo da média do setor. Apesar de alguns comentários de que o preço pago pelo Banco do Brasil foi alto, diante das dificuldades que o segmento financeiro atravessa pelo mundo afora, Lima Neto garantiu que "a liderança não será buscada a qualquer preço". "Só entraremos em ativos que forem interessantes", disse.



Além do preço justo, Serra conseguiu derrubar um dos "detalhes" que mais dificultaram o negócio. O Banco do Brasil insistia em quitar a fatura com uma troca de ações, a exemplo do que fez ao comprar o Banco do Estado do Piauí, por R$ 81,7 milhões. Mas Serra bateu o pé quanto à forma de pagamento. Quis receber em dinheiro. A direção do BB ofereceu, então, um mix, parte em ações e parte cash, preocupada em manter o nível de liquidez da instituição. Ciente do desconforto que significa para o BB a perda do primeiro lugar entre os bancos brasileiros, Serra manteve-se irredutível. Acontece que o governador tucano tem projetos ambiciosos para seus dois últimos anos no Palácio dos Bandeirantes. Sem a Nossa Caixa, poderá contar com uma agência de fomento, que aguarda aprovação do Banco Central. Mas precisa de recursos para realizar seus planos. Ao fim e ao cabo, conseguiu o que queria. E, com as 18 parcelas milionárias, vai engordar uma espécie de PAC estadual. O governador informou que usará os R$ 5,3 bilhões prioritariamente na ampliação da malha de metrô e trens metropolitanos e na renovação de estradas de acesso a municípios. De cofre cheio, José Serra pavimenta seu caminho rumo à sucessão de Lula em 2010.



Fonte: http://www.terra.com.br
>> Economia e Negócios.
>>> Octávio Costa.